A morte de qualquer jovem de vinte e poucos anos é tragédia que potencializa a dor de amigos, familiares e admiradores por interromper vida no auge da energia criativa. No caso de MC Kevin, a queda paralisou vida e obra marcadas pela ostentação juvenil, traço recorrente da geração hedonista da qual o artista fazia parte.
Nascido na periferia da cidade de São Paulo (SP), MC Kevin driblou adversidades e conquistou o sonho de ser alguém na vida. Não como jogador de futebol, como idealizou de início o ex-futuro craque, mas como MC, profissão que, no mundo das quebradas, simboliza para muitos jovens o passaporte para a fama e para o conforto financeiro.
MC Kevin celebrou a superação de obstáculos em Cavalo de Troia (2018), mandando recado para jovens sonhadores na letra motivacional dessa música que se tornou um dos maiores sucessos do funkeiro.
Em cena desde 2013, MC Kevin teve tempo de colecionar sucessos virais como Pra inveja é tchau (2018), parceria com MC David.
Símbolo da ideologia de geração que vive em função do prazer, celebrado nas letras de várias músicas do artista, Kevin curtiu a vida adoidado enquanto músicas como O menino encantou a quebrada (2017) acumulavam milhares de visualizações.
Um dos campeões de seguidores em plataformas musicais de áudio e vídeo, e em redes sociais, com números sempre superlativos, MC Kevin lançou em abril um funk cujo título, Minha última música (2021), se tornou premonitório.
“ (...) Eu tô cansado de cantar / Vou dar um tempo / Eu posso parar / Depois, eu volto pro funk / Tô só pedindo um tempo para minha vida repensar”, explicou o MC, residente em Mogi das Cruzes (SP).
(FONTE:https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2021/05/17/morte-de-mc-kevin-aos-23-anos-ceifa-vida-e-obra-que-simbolizaram-ideologia-de-geracao-hedonista.ghtml)
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